Um dos argumentos usados por quem acredita que é necessário o uso de estímulos aversivos para reverter casos graves de agressividade é que podem evitar que um cão seja eutanasiado. Apesar disso ser algo que sempre considerei uma grande falácia, já que sabemos na prática que os aversivos geralmente não só causam, como tendem a piorar comportamentos agressivos. Agora temos uma observação baseada em fatos, de que realmente essa afirmação não tem fundamento e trata-se apenas de uma opinião.
Segue o link do estudo:
Aparentemente esse estudo (de 2017, então nem tão recente assim) só está disponível para acadêmicos ou se você quiser pagar.
Mas achei um blog post do Psychology Today onde a autora faz um resumo - https://www.psychologytoday.com/ca/blog/all-dogs-go-heaven/201712/punishment-based-dog-training-risk-factor-euthanasia
Uma coisa que não entendo a lógica (talvez esteja melhor explicado no estudo completo) é que colocaram doação (rehoming) e eutanásia na mesma categoria. Dar o cachorro e matar o cachorro me parecem coisas bem diferentes.
E não parece que teve nenhum tipo de análise nos cães que foram doados: Para onde foram? Que tipo de família, ambiente, alimentação, cuidado veterinário, treinamento? Melhoraram? Pioraram?
De qualquer forma, no blog ela separou o risco de eutanásia ou doação em 2 categorias: associados ao cão e associados aos donos.
Os três principais fatores influenciando eutanásia baseados no cão:
- Obesidade
- Vira-latas/Mestiços
- Ansiedade de separação
Enquanto os três principais baseados nos donos:
- Vivem em área rural (todos os casos foram eutanásia)
- Mudança no ambiente social (morte de um dos familiares)
- Mudança para uma nova casa
Ou seja, se você é um vira-latas obeso com ansiedade de separação morando numa área rural dos EUA e um dos seus familiares morre, as coisas não vão terminar bem para você :(
De novo, o artigo é superficial e eu gostaria de ver o estudo inteiro, mas não parece ter detalhes do tipo de treinamento ou credenciais dos adestradores envolvidos. Aliás, no blog post a autora sugere que consultar com qualquer "nonveterinary behaviourist" é um fator de risco.
Eu acho lamentável que estudos tão relevantes não sejam publicamente disponíveis de forma integral. Muitas perguntas ficam em aberto.
Alguém tem o link do estudo completo? O link acima é só a introdução e contém zero informações.
Perfeito!
excelente